terça-feira, 18 de novembro de 2008

III-Fórum Regional de Colinas do Tocantins-DRE







































-Fórum Regional de Colinas do Tocantins-DRE
Os Clássicos da Literatura Infantil: um mergulho no caldeirão da imaginação.
Data: 18 de setembro de 2008.
Horário:14h

Eliziane e Elzilene
Pauta
Boas-विndas
14h - Apresentação do trecho do clássico universal – Alice no País das Maravilhas.
14h15min Considerações teóricas
· A origem e conceito dos clássicos literários infantis;
· Os clássicos na sala de aula;
· Clássicos literários: vidas e obras
14h50min- Leitura em Voz alta pela formadora: Os músicos de Bremem dos Irmãos Grimm
15h- Relato de uma experiência da professora Francisca com a Literatura Infantil ( socialização e comentário)
15h20mim- Intervalo – 20 min
15h30min-Dinâmica Leitura dramatizada
15h 40min-Cantinhos de leitura e critérios de escolha
16h - Atividades práticas com os clássicos infantis
17h - Apresentação dos grupos
17h30min- Relato de uma experiência da professora Márcia com a Literatura Infantil ( socialização e comentários)
18h Avaliação e encerramento
SUGESTÕES DE ATIVIDADES
A autêntica literatura infantil não deve ser feita somente com intenção pedagógica, didática ou para incentivar hábito de leitura. Além dos textos contidos no livro didático dos alunos, o professor deve fazer a leitura em voz alta e motivá-los para a leitura de livros. Assim o poder de cativar esse público tão exigente e importante aparece no decorrer das atividades lúdicas, dinâmicas e criativas, as quais constroem sentidos e significados. Portanto, o grande segredo é trabalhar o imaginário e a fantasia.
1. Dramatização da história, utilizando todos os recursos cênicos disponíveis: caracterização dos personagens;
2. Montagem com sucata de personagem ou ambientes da história;
3. Recortes e colagens para a montagem da história;
4. Criação de textos inspirados na história;
5. Produção de jornal falado, transformando em notícias os episódios do livro, incluindo propaganda ou mensagens condizentes com a história;
6. Confecção de desenhos, murais, cartazes, etc;
7. Pesquisa sobre autor, escritor ou personagens citadas na historia;
8. Pesquisa sobre assuntos abordados na obra (meio ambiente, arte, afetividade, relação interpessoais, adolescência, amor, drogas, cultura regional, mitologia, esporte e outras).
9. Carta para o autor do livro ( real ou fictícia), com auto-retrato dos alunos e seus comentários sobre a obra.
10. Carta para um personagem do livro (professor escriba).
11. Debate sobre algum assunto importante abordado na obra.
12. Criação de slogan a partir do tema do livro.
13. Montagem de peça teatral com fantoches.
14. Mímica
15. Monólogo
16. Produção de jornal escrito, com suas seções características ( editorial, política, economia, notícias, classificados, lazer, esporte, coluna social. etc.)
17. Cartaz de propaganda do livro para ser afixado na biblioteca da escola.
18. Realização de trabalhos escritos em que os alunos manifestem suas impressões sobre a obra.
19. Confecção de maquetes a partir da descrição dos cenários dos textos.
20. Análise comparativa de duas obras similares em alguns aspectos.
21. Criação de músicas (letra e melodia), se inspirado no assunto da obra.
22. Criação de personagens da história com massa de modelar.
Essas atividades podem ser aplicadas alternadamente ou mesmo relacionadas em conjunto, no quadro, para que os alunos as selecionem conforme seus interesses e aptidões. E a avaliação poderá ser feita pelo professor ou pelos próprios alunos.
Fica então a metáfora traduzida por Sherazade:
“A liberdade se conquista com o exercício da criatividade”.

Boa Oficina!!!!!
Com carinho e admiração...
Oficineiras: Eliziane de Paula e Elzilene Pessoa

Contos de Grimm
Irmãos Grimm
Querida Elzinha,
Vinte e cinco anos e ainda continuamos a lecionar! Amor e labor! Aliás, estou te escrevendo pra contar algumas peripécias da aula de leitura de leitura de um 4º ano que peguei este ano. Fãs de carteirinha, eu e eles, dos contos de fadas, escolhemos ler os Contos de Grimm. A escolha não foi sem motivo, pois, como dizia Francisco Aurélio Ribeiro, nosso mestre do magistério: “Esses contos há quase duzentos anos encantam crianças, jovens e adultos com suas histórias menos moralistas que as fábulas, mas que cativam pelo imaginário de um mundo em que os fracos vencem, os bons são premiados e os maus castigados. Se na realidade isso não ocorre, não são as historias que estão erradas, mas o mundo em que vivemos”. Sabe, Elza, acho que o grande sucesso dos contos é exatamente esse lado de apresentar um mundo mágico, no qual, infelizmente, as coisas dão certo. Vou te contar como li algumas das histórias deste livro.
Selecionei O pobre e o rico, Os músicos de Bremen e Pequeno polegar. Iniciei uma jornada de leituras que duraram três dias (um dia pra cada história). Reservava um tempo da aula pra leitura oral dos textos, feita por mim. daquele jeito que a gente aprendeu no Curso normal, com bastante entonação e emoção! No meio da leitura, ia fazendo pequenas paradas e perguntava o que estava acontecendo nos momentos importantes das histórias.
Depois pedi a eles que separassem a história em três momentos – início, meio e fim – e verificassem como os heróis da história ficavam em cada um deles. Com um pouco de ajuda, logo eles percebiam um primeiro momento positivo, no qual tudo estava bem; logo depois, um momento negativo, no qual as coisas se tornavam complicadas para o herói e, no final, um momento ainda melhor que o primeiro, no qual o herói terminava, de alguma forma, premiado. Como sempre, fui à lousa e esquematizei tudo isso pra eles.
Terminados os três dias, pedi, no 4º dia, que os alunos relembrassem as três histórias e então questionei a razão de os personagens terem superado suas dificuldades no final da história. Não foi difícil que eles chegassem à conclusão de isso tinha acontecido por causa das qualidades desses personagens (inteligência, astúcia, bondade). Além disso, ficou bem claro pra eles a diferença entre esses personagens e seus opositores.
Foi muito legal essa experiência e acho muito em falta que as histórias falaram às crianças sobre sentimentos que estão hoje em dia. Li esses contos com eles como leio as histórias que escolho pra eu ler: vendo sempre o que podemos aprender com elas. Assim, as aulas de leitura são um bom caminho pra gente cumprir nossa missão de professora, você não acha?
Um abraço com muita saudade,
Francisca.





Contos de Perrault
( Tradução de Regina Régis Junqueira)

Minha cara amiga Flávia,
Lembra do tio Januário, que contava história para a molecada do nosso bairro, naquela época em que acreditávamos em bruxas e fadas? Tenho pensado tanto nele ultimamente! É que estou realizando atividades com meus alunos a partir da leitura dos Contos de Perrault, traduzidos por Regina Régis Junqueira, e o reencontro com Cinderela, Barba-Azul e Chapeuzinho Vermelho me fez recordar com saudade a nossa infância.
Confesso que desprezava os velhos contos de fadas por achar que eram antiquados, ou que as crianças não teriam interesse por eles. Mas comecei a perder o preconceito – essa é a palavra! – ao ler um artigo de Wanda Medrado Abrantes. Ela afirma, sobre Perrault, que “é o caráter simbólicos de suas histórias que tanto agrada o leitor, na medida em que aborda os sentimentos e os conflitos das crianças (rejeição, injustiça, vaidade, inveja), transfigurando essa s situações reais para o imaginário”. Outro artigo, de Rosa Cuba Riche, terminou por me convencer de vez a adotar o livro. Rosa informa que “as narrativas em prosa, graças à estrutura do enredo, aos temas e à linguagem clara e direta, conquistaram adultos e crianças de todo o mundo e circularam na França rotuladas de Contos de Fadas, nome que os franceses usam para indicar Contos Maravilhosos”. Percebi que, se essas histórias de origem popular têm conquistado as pessoas há tantos anos, é porque são realmente especiais. E seu caráter simbólico as torna sempre atuais.
Pude comprovar o quanto isso é verdade, ao ler os Contos de Perrault para meus alunos. Ia lendo aos poucos, fazendo suspense, deixando o final para o dia seguinte... acredita que, mesmo quando a história era superconhecida, como Cinderela, eles ficavam ansiosos para ouvir o final? Foi uma delícia. Partiu deles a comparação dos contos de Perrault com versões mais atuais, como as da Disney. Aproveitei o ensaio sobre a vida e a obra do autor, que vem no livro, para explicar a elas a origem dos contos de fadas. Depois fizemos um exercício em que as crianças, em grupos, criavam continuações para as histórias. O resultado foi tão surpreendente que só posso lhe uma coisa: pelo visto, o velho Perrault vai estar muito presente nesse século XXI.

Beijos,
Márcia.









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